ESPM 2017/2: veja como foi a prova
Quem prestou o vestibular da ESPM nesse domingo encontrou dois temas de Redação bem característicos das provas da instituição: assuntos atuais e ligados à tecnologia. A professora de Redação do Semi específico para ESPM do Cursinho CPV, Cristiane Florêncio, comemorou o fato de as duas propostas – pós-verdade e tecnologia como ferramenta de inclusão social – terem sido trabalhadas ao longo do semestre. “Tivemos uma aula para discutir economia compartilhada e outra para falar sobre a internet das coisas, ideias mencionadas no texto-proposta”, comenta.
Em História, a Banca Examinadora da ESPM também manteve a tradição e apresentou questões que regularmente explora em seu vestibular. “A Banca utilizou-se das efemérides de cem anos para perguntar sobre a primeira grande greve geral ocorrida no Brasil e a Revolução Russa”, comenta o professor Jonas Henrique de Oliveira, que havia destacado nesse vídeo esses temas como assuntos possíveis de serem abordados. No mesmo vídeo, o professor deu como certa uma questão de Artes, destacando a importância de conhecer os principais artistas do Modernismo brasileiro, incluindo Anita Malfatti – e não deu outra: o quadro usado na prova havia sido assunto das #dicasCPV no Instagram.
Em Atualidades, o professor Alex Perrone ressalta que a Banca apresentou questões simples e diretas, porém com um enfoque discutível. “Além de destacar parcialmente os principais fatos referentes ao primeiro semestre de 2017, a banca examinadora exagerou no que diz respeito à cobrança de nomes ou a memorização de assuntos, sem priorizar a interpretação crítica dos mesmo”, diz. Entre os assuntos abordados na prova estão a mudança no Ministério das Relações Exteriores, a crise política brasileira, a polêmica referente ao presidente das Filipinas, a relação entre Donald Trump e o Oriente Médio, a participação feminina em cargos políticos no mundo, o impeachment da presidente da Coreia do Sul, as eleições francesas, a crise diplomática entre Turquia e Holanda, os brasileiros na OMC e na FAP.
Em Geografia, as questões perpassam todo o conteúdo do Ensino Médio, com assuntos bastante atuais. Para o professor Renato Araújo, o nível de dificuldade foi médio e a prova exigiu dos alunos um bom domínio em leitura e interpretação de figuras, mapas e gráficos. “Também é bom destacar que a presença dos poemas O Ciúme, de Caetano Veloso, e Lira Itabirana, de Carlos Drummond de Andrade, realçou o caráter interdisciplinar da prova”, diz. Entre os assuntos presentes, na parte de Geografia do Brasil o professor destaca a concentração de renda, os domínios fitogeográficos e a hidrografia e o desastre de Mariana, quando do rompimento da barragem de Fundão, em novembro de 2015. Na parte de Geografia Geral, a ênfase fica para as fontes de energia, a guerra na Síria, o crescimento econômico no sul da Ásia e do Japão e a saída do Reino Unido da União Europeia. “Foi uma prova abrangente, que exigiu dos futuros ingressantes um bom domínio do conhecimento geográfico”, finaliza.
Em relação à parte de Língua Portuguesa, a ESPM trouxe uma prova com poucos conceitos, explorando mais a parte de análise textual. De acordo com o professor Caco Penna, a coletânea explorou textos de fontes diversas, tais como propaganda, editorial, texto informativo e literário. “Algumas questões, porém, pressupunham informações extratextuais e aceitação de análise subjetiva da Banca”, salienta. O professor também ressalta que alguns assuntos, como funções de linguagem, relação de causa e consequência e ambiguidade – comumente trabalhados pela ESPM – estiveram presentes também nesta prova. “De modo geral, o exame apresentou um nível baixo de dificuldade, cobrando do
candidato apenas atenção à leitura das alternativas”, analisa.
A prova de Língua Inglesa demandou um alto nível de vocabulário. “O grau de exigência dos termos apresentados nos textos e cobrados no exame deve acarretar em uma redução da média geral dos candidatos”, avalia o professor de Inglês Sérgio Klass. Como de costume, a prova foi baseada em dois textos e uma comunicação gráfica. O primeiro texto, adaptação do Huffington Post sobre o uso da tecnologia no auxílio da contagem de refugiados, serviu como base para quatro questões, todas cobrando do aluno a habilidade de compreender e interpretar. O segundo texto, adaptação do The Guardian sobre a possibilidade de se aproveitar ou não a vida, serviu como base para mais quatro questões, sendo três de compreensão e uma de vocabulário, cobrando do aluno o conhecimento de sinônimos. A comunicação gráfica, uma tirinha da série Calvin e Haroldo, foi base para uma pergunta sobre contração de verbo auxiliar e outra sobre a compreensão do próprio quadrinho.
Em Literatura, o professor Cézar Veronese avalia que a Banca formuladora das questões reafirmou a postura assumida nas duas provas anteriores: questões muito bem elaboradas, com enunciados e alternativas claros. Os assuntos foram muito bem distribuídos dentro do programa estabelecido, contemplando Classicismo, Romantismo, Realismo / Naturalismo, Parnasianismo e Modernismo. “É bom destacar também a ótima relação entre textos, ilustração e caricatura usados na prova”, diz.
Já as questões de Matemática apresentaram surpresas. Segundo o professor Rosendo Pires, a presença de dois testes sobre Cálculo Diferencial e Integral foi inadequada, já que esses são assuntos estudados apenas em nível superior. “Mesmo tendo sido apresentado um exemplo, acredito que o índice de acerto nessas duas questões seja baixo”, diz. O professor também aponta que a inclusão de uma questão de Física, embora precisasse apenas de uma regra de três simples para sua resolução, pode ter causado mal estar. As questões de Lógica exigiram um pouco mais dos candidatos do que os anos anteriores, pois combinaram equivalência lógica entre condicional e disjunção. “Além disso, duas questões (21 e 40 da prova modelo E) demandaram criatividade na resolução, o que é bastante peculiar nos vestibulares da ESPM”, completa. As demais questões abordaram assuntos recorrentes no Ensino Médio, como o professor cita nesse vídeo, garantindo a abrangência da prova, sempre com enunciados claros. “Quanto à classificação, como o grau de dificuldade foi alto, a seleção deve ser nivelada por baixo”, finaliza.
Veja também:
Baixe os cadernos de prova e gabarito do Vestibular 2017/2 da ESPM
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