FGV Direito 2018: veja como foi o primeiro dia de prova
Neste domingo, 29 de outubro, os candidatos às 64 vagas da FGV Direito destinadas ao processo pelo Vestibular fizeram o primeiro dia de prova. De acordo com os professores do CPV, o exame, composto de 5 questões dissertativas de Português, 3 de Inglês e uma Redação, seguiu o padrão dos últimos anos, com uma alteração no modo de responder às questões de Inglês. Mas o destaque, certamente, foi o tema da Redação, abordado em um dos Simulados CPV aplicados ao longo deste ano.
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O texto-proposta foi o epílogo de uma peça teatral de Bertold Brecht, importante dramaturgo do século XX e extremamente conhecido pelo seu teatro épico, que apresenta formas diferentes das do teatro burguês, visto que tem objetivos políticos e sociais. Brecht revolucionou o teatro por romper com o ilusionismo do teatro burguês com o qual o espectador normalmente se identificava e por afastar este do conteúdo da peça para que pudesse refletir acerca dos problemas sociais pelos quais o mundo passava no século XX.
Nesse sentido, o tema de redação ““O ventre que gerou a coisa imunda continua fértil!”: essa afirmação ainda é válida em nossos dias?“, que remete ao nazifascismo, é um assunto não somente histórico, como mencionado nas instruções da Banca Examinadora acerca do fragmento de texto utilizado como proposta, mas mas também atual, sobretudo devido à intensificação da intolerância no mundo. De acordo com a equipe de Redação do CPV, o tema em si não apresenta elevado grau de dificuldade. Porém, aqueles vestibulandos que não têm acompanhado as notícias acerca da ascensão da extrema direita podem não ter tido facilidade para sustentar uma boa argumentação.
Em Língua Inglesa, o nível da prova foi semelhante ao dos anos anteriores. No entanto, o formato da resposta, que antes era exigida em número de palavras, passou a ser pedida em número de linhas. Essa alteração permitiu que os alunos tivessem mais liberdade para escrever os textos. Para o professor Sérgio Klass, a prova, baseada em uma adaptação de matéria da revista The Economist de maio de 2017, foi excelente, tanto pela escolha do texto quanto pelas questões. “A maneira como elas foram elaboradas permitia aos alunos localizarem a resposta e exigia que eles emitissem sua opinião sobre o assunto”, diz.
Já em Língua Portuguesa, a prova seguiu o padrão explorado pela Banca nos últimos anos, com questões que não são fundamentadas em meras classificações conceituais, mas que exigiram dos candidatos atenção à leitura, habilidade textual e capacidade de relacionar informações. De acordo com o professor Caco Penna, do Cursinho CPV, ao explorar figuras de linguagem, como ironia e metáfora, cobrar a percepção de variantes linguísticas e gêneros textuais, propor questões de reescrita de trechos e questionar as ideias desenvolvidas nos textos apresentados, a Banca consolida a exigência de que o candidato seja, primordialmente, um bom leitor e redator. “O que se espera é que o estudante use seus conhecimentos gramaticais como ferramenta para a boa comunicação”, diz.
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