Enem 2017: professores comentam Matemática e Ciências da Natureza

Enem 2017: professores comentam Matemática e Ciências da Natureza


Esta foi a primeira edição do Enem em que as provas de Matemática e de Ciências da Natureza foram reunidas no mesmo dia. Neste formato, os alunos tiveram 4 horas e 30 minutos para resolverem 45 questões de Matemática e 45 de Química, Física e Biologia. “Eles sentiram um grande problema com o tempo para a resolução destas questões”, avalia Elcio Bertolla, coordenador pedagógico do Cursinho CPV. Para ele, embora as provas de Química e Física não envolvessem a execução de grandes cálculos, certamente o tempo disponível para a compreensão e elaboração dos problemas foi insuficiente. “Acredito que o formato antigo, com Linguagem e Códigos e Matemática no primeiro dia e Ciências da Natureza e Ciências Humanas no segundo dia, era mais adequado”, diz.

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Mas os alunos não tiveram que lidar apenas com a mudança no formato geral. A prova de Matemática deste ano subiu de nível e cobrou uma variedade maior de assuntos. Essa é a opinião de Daniel Lowinshohn, professor da disciplina no Cursinho CPV. “Foi uma prova exaustiva, não acredito que os alunos tenham conseguido fazer todas as questões dentro do tempo”, diz. Geraldo Akio, também da equipe de Matemática do CPV, concorda que o nível de dificuldade da prova aumentou. E ressalta: “Acho que os alunos que valorizaram o estudo dos conceitos foram recompensados”.

Ciências da Natureza
Na área de Ciências da Natureza, as questões referentes a Biologia também apresentaram exigência maior. O professor Guilherme Schatzer avalia que, embora a prova tenha mostrado questões de graus de dificuldade variados, fáceis, médias e difíceis, como esperado, o número de questões com alto grau de exigência conceitual foi mais alto. “Três questões, uma de Biologia Celular e Molecular, uma de Genética e uma de Fisiologia Vegetal, exigiam do aluno uma preparação aprofundada, o que era pouco usual nas provas do Enem”, diz. O professor ainda chama a atenção para uma mudança nos enunciados das questões. “Os exames anteriores do ENEM se notabilizaram por apresentar questões que exigiam um intenso trabalho de leitura, tanto dos longos enunciados como das alternativas, e traziam várias alternativas plausíveis, muitas vezes com diferenças sutis entre elas”, relembra. “A prova de Biologia desse ano não confirmou essa tendência: independentemente do grau de dificuldade, as alternativas foram curtas e objetivas, assim como os textos dos enunciados”, finaliza.

Essa mudança na Biologia não é novidade em Química. De acordo com o professor Armando Müller, há pelo menos dois anos as questões desta disciplina apresentam enunciados curtos, claros e precisos, com assuntos mais conceituais. Quanto à estrutura, seguiu semelhante à dos anos anteriores, com questões contextualizadas e relacionadas ao cotidiano do aluno. Para o professor, a prova foi bastante abrangente. “De forma geral, apresentou nível médio de dificuldade e nenhum assunto deve ter causado grande surpresa”, avalia.

As questões de Física também não apresentaram grandes surpresas. De acordo com o professor Rafael Corrêa, o grau de dificuldade foi médio e a Banca fez uso de muitos gráficos nos enunciados e nas alternativas. Outra característica presente foi a interdisciplinaridade, como na questão da visão (número 101 da prova Rosa, 128 na Azul, 135 na Amarela e 94 na Branca). “Como nos anos anteriores, as questões exigiam um bom preparo dos candidatos, que precisavam ter um bom domínio nos conteúdos de Física e também habilidades matemáticas para realizar contas e aproximações”, diz.

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