A Redação para a ESPM deve ter sido o maior desafio para os alunos que prestaram o Vestibular 2018 da instituição. De acordo com a equipe do CPV, o segundo tema proposto pode ter causado estranheza. Isso porque o texto motivador foi um poema de Carlos Drummond de Andrade, o que não é comum nessa avaliação. Para a equipe, como um número expressivo de alunos tem dificuldades com o entendimento de textos literários, é provável que a maior parte tenha escolhido o primeiro tema. Não que essa escolha tenha sido mais simples: empreendedorismo não é um assunto dos mais debatidos pelos candidatos da instituição e dificilmente eles vão apresentar argumentos que superem as ideias do texto-proposta.

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A prova de Matemática também não facilitou. De acordo com o professor Nélio Kikuchi, as questões apresentaram nível de dificuldade maior em relação ao dos semestres anteriores, com questões que exigiram dos candidatos um conhecimento mais consistente da matemática. “Uma tendência evidente nesta prova é a presença cada vez maior de questões de Lógica, o que mostra a preocupação da Banca Examinadora em selecionar candidatos com este tipo de raciocínio matemático”, diz.

As questões de Língua Portuguesa seguiram o perfil esperado, sem modificações em relação aos vestibulares anteriores. “Foram testes de análise de texto, mesclados a conceitos como funções da linguagem, ambiguidade, conjunções e tipos de discurso, que mantiveram o nível do exame semelhante ao que a Banca já vem apresentando”, diz o professor Caco Penna. Para ele, enunciados claros e alternativas diretamente associadas aos textos selecionados não ofereceram dificuldades conceituais aos candidatos, exigindo somente uma leitura atenta por parte dos alunos.

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As questões de Literatura contemplaram todos os assuntos do programa: Classicismo, Barroco, Arcadismo, Parnasianismo, Simbolismo, Pré-Modernismo e Modernismo. Apresentaram enunciados e alternativas claros e privilegiaram intertextualidades, algumas entre textos e outras entre textos e linguagens visuais.

As questões de Inglês, em sua grande maioria de compreensão de texto, foram baseadas em duas notícias e uma tirinha de Calvin e Haroldo. De acordo com o professor Sérgio Klass, os textos – um sobre o derretimento da camada de gelo da Groenlândia, publicado em julho de 2017 pela BBC, e o outro sobre a necessidade de um novo sistema econômico para manter o meio ambiente em boas condições, publicado julho de 2016 pelo The Guardian – foram muito longos. “As matérias também tinham vocabulário de alto nível, dificultando a localização das respostas”, completa.

As questões de História mantiveram o padrão bem equilibrado de distribuição de assuntos e períodos históricos. A novidade foi uma questão sobre África, especificamente sobre a independência de Angola, tópico pouco cobrado pela instituição. “A ESPM também tem uma tradição em cobrar efemérides, e o tópico da vez foi a Revolução Russa, que completou 100 anos em 2017”, destaca o professor Jonas Henrique de Oliveira.

A parte de Geografia apresentou nível de dificuldade médio. De acordo com o professor Renato Araújo, a presença de mapas e gráficos exigiu boa habilidade de interpretação por parte dos candidatos. Araújo destaca a questão sobre transportes, que exigiu uma comparação entre a malha ferroviária do Brasil e a dos EUA, e a questão que abordou a geopolítica mundial. “O gráfico sobre os ‘exércitos mais poderosos do mundo’ foi bem interessante e demandou uma boa leitura da representação”, diz.

Para o professor Alex Perrone, de Atualidades, a Banca Examinadora acertou ao cobrar os principais fatos referentes ao segundo semestre de 2017, como o atentado terrorista em Barcelona, as medidas referentes aos refugiados na Alemanha, a tensão entre Estados Unidos e Coreia do Norte, além da conturbada conjuntura política nacional. “Com uma ótima distribuição referente ao grau de dificuldade das questões, a prova apresentou questões simples e diretas, privilegiando os candidatos mais preparados”, diz.