ESPM 2018/2: veja como foi a prova
A novidade da prova da ESPM deste domingo, 28 de maio, ficou com o Inglês, disciplina totalmente baseada em uma mesma temática: os conflitos mundiais. “Mesmo mantendo o padrão de oferecer dois textos e duas ilustrações, o assunto manteve-se o mesmo, diferente das provas anteriores, que cobravam diferentes assuntos”, diz o professor Sérgio Klass. Veja a seguir os comentários de todas as disciplinas.
Inglês
A Banca Examinadora manteve o critério de usar textos muito atuais como base para a elaboração das questões: o primeiro texto abordou a ameaça à sobrevivência e desenvolvimento da humanidade devido à possibilidade de um conflito nuclear entre EUA e Coreia do Norte; o segundo texto abordou a opinião de cientistas e de George Soros sobre a capacidade de Donald Trump destruir o mundo com seu poder atômico, ambos de janeiro de 2018. Além da leitura atualizada, o professor Sérgio Klass destaca como positiva a exigência da Banca de que o candidato à ESPM tenha domínio de um vocabulário bastante apurado. “Das 10 questões, 8 foram de Compreensão de Texto, valorizando aquele aluno que se mantém bem informado, lendo sobre temas atuais também em inglês”, diz.
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Matemática
A prova de Matemática manteve as características das provas anteriores, com questões criativas que, embora tenham resolução curta, exigem, muitas vezes, um bom nível de compreensão dos conceitos da Matemática e o entendimento dos enunciados. Essa é a avaliação do professor Nélio Kikuchi. “Notamos novamente a presença de questões de Lógica, cada vez mais frequentes”, destaca.
Língua Portuguesa
Essa prova manteve o mesmo perfil, sem grandes surpresas, tanto quanto ao leque de assuntos escolhidos quanto ao modo de cobrar o conhecimento. O professor Caco Penna nota que as questões de Análise Textual seguem simples e diretas, como nos semestres anteriores. “Na maioria das questões, bastava ler o texto para encontrar a alternativa correta”. O professor também destaca a abordagem da Banca Examinadora, que sempre associou os conceitos ao seu uso prático. “Quando a prova pergunta sobre tempo verbal, ela não pede a conjugação, e sim questiona a forma como a aplicação dele influencia na compreensão do texto”, exemplifica. No entanto, o professor avalia que, em determinadas questões, a redação do enunciado ou a presença de alternativas discutíveis podem ter deixado os alunos confusos. “A questão que abordava Ambiguidade, sempre presente, apresentava duas respostas possíveis, ainda que uma fosse mais explícita que a outra”, comenta. “Apesar de simples, o aluno pode ser prejudicado mais pela confusão na elaboração das questões do que pelo grau de exigência de preparação”, finaliza.
Literatura
As questões de Literatura foram muito bem elaboradas e abordaram uma gama significativa de escolas literárias: Barroco, Romantismo, Realismo e Modernismo. A avaliação é do professor César Veronese. De acordo com ele, como já havia ocorrido nos últimos vestibulares da ESPM, os enunciados e alternativas eram claros e a seleção de textos, excelente. “Todas as questões oscilaram em torno de um nível fácil a médio de dificuldade”, diz. “A presença de uma ou duas questões com nível de dificuldade maior permitiria, talvez, uma seleção um pouco mais justa dos candidatos mais preparados”, finaliza.
História
Essa prova também não apresentou grandes diferenças em relação aos semestres anteriores, com uma distribuição equilibrada de conteúdos. No entanto, de acordo com o professor Jonas Henrique de Oliveira, a Banca Examinadora pesou a mão em textos dispensáveis, que serviram de pretexto e não como ferramenta para a resolução das questões. Outra crítica foi em relação à exigência de temas, nomes e datas muito específicos, que valorizam mais os vestibulandos com boa memória do que aqueles com conhecimento do assunto. “Exemplos disso foram as questões que perguntavam sobre as funções do ouvidor-geral e do provedor-mor no Brasil Colonial ou sobre a Boulé na democracia ateniense”, comenta. Por outro lado, Jonas destaca que, com questões sobre cidades, transportes e greves, mesmo a prova de História privilegiou o aluno que se manteve atualizado. “Houve até uma questão sobre o lockout no governo JK, assunto abordado pela mídia ao longo da semana”, diz.
Geografia
Essa prova manteve a regra ao valorizar a análise e interpretação de mapas, gráficos e tabelas. De acordo com o professor Luiz Carlos Parejo, foi uma prova marcada por questões exclusivamente de Geografia Humana. “Houve apenas uma questão que efetivamente pode ser considerada de Geografia Física, sobre a produção de castanha e látex, que flerta com Biomas, mas cuja resposta certa é questionável e está mais relacionada com produção agropecuária do que com os biomas”, diz. De acordo com o professor, a Banca manteve a abordagem e metodologia usadas em outros semestres para selecionar os seus alunos.
Atualidades
Nessa prova, a Banca Examinadora cobrou os principais fatos referentes ao primeiro semestre de 2018. Com relação ao Brasil, as questões abordaram o desfile da Escola de Samba Paraíso do Tuiuti, no Carnaval 2018; a intervenção militar no Rio de Janeiro; a demissão de Fernando Segovia: o posicionamento de Rosa Weber no julgamento envolvendo o ex-presidente Lula e a relação entre o Brasil e a OCDE. Com relação ao Mundo, as questões abordaram a crise política na África do Sul, a política externa dos EUA e o escândalo sexual envolvendo a Oxfam no Haiti. Houve ainda questões sobre Tarsila do Amaral e Noam Chomsky. “Com uma ótima distribuição referente ao grau de dificuldade das questões, a prova apresentou perguntas simples e diretas”, avalia o professor Alex Perrone. Ainda de acordo com ele, o exame privilegiou os candidatos mais preparados.
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